sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Já pensou se a Erenice abre o bico.


Do Blog Aluizio Amorim

Por Nilson Borges Filho
(*)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu entorno estão preocupadíssimos – a ponto da histeria – com duas bombas de efeito devastador, tanto para o governo como para a candidatura de Dilma Rousseff. Por enquanto, o Planalto mantém o controle da situação, só não sabe até onde poderá segurar os mais afoitos.

A ex-Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, em depoimento à Polícia Federal,assumiu que se encontrou com o consultor que fez a denúncia de tráfico de influência no governo federal, na antessala do presidente da República. Erenice recuou da primeira versão que constava de sua nota oficial, que nunca havia estado com Rubnei Quícoli, lobista da empresa EDRB. Confirmou, também, que esteve com Fábio Bacarat, representante da MTA, a aérea que fazia transporte de carga para os Correios.

As primeiras informações dão conta que foi bandalheira das grossas e que atinge diretamente familiares da ex-ministra, amigos e subordinados. A rádio corredor informa, a boca pequena, que isso não é nada perto do que está para vir a público.

O depoimento de Erenica na Polícia Federal, deixando a “questão” em aberto, foi a senha endereçada ao lulo-petismo para que fique alerta. Quando avisou que não seria um novo Delúbio Soares, Erenice Guerra quis dizer que se for abandonada pelo partido e pelo governo federal, não terá o mínimo constrangimento em falar tudo o que sabe.

Amigos não fazem segredo que Erenice se sentiu abandonada por Dilma Rousseff e pelo PT; não cansam de propagar que a ex-ministra é uma bomba em movimento. Afirmam, ainda, que a propina recebida pelos seus filhos e amigos é café pequeno, considerando o montande que foi distribuído para pessoas próximas ao governo, que dele faziam uso de forma nada republicana.

A cada dia, surgem mais denúncias praticadas pela Casa Civil, desde quando Dilma Rousseff ocupava a titularidade do Ministério. Quando Erenice coloca o seu sigilo fiscal à disposição da polícia e da justiça ela bem sabe o que está falando, pois o dinheiro não passou por suas contas bancárias. Mas se abrirem o sigilo fiscal e bancário dos seus filhos, dos seus subordinados e de algumas pessoas que circulavam em seu entorno, pode-se ter uma vaga ideia de quem se abastecia com o dinheiro dos caixas do erário público. Erenice sabe dessa movimentação e já avisou que pode falar, caso sinta que ela e os seus estão sendo usados como o bode na sala.

Outra bomba com efeito de uma onda tsunami é o que existe nas gravações em poder da revista “Veja”, cujas fitas estão confinadas num cofre da Editora Abril. Os diálogos, envolvendo gente de grosso calibre dentro da esfera pública federal, atinge a candidata Dilma Rousseff, ministros, secretários e assessores presidenciais. Fica-se sabendo, ainda, que a autonomia de órgãos do Estado servia mais para comprometer homens públicos – para obter proveito da situação - do que para suas funções constitucionais.

Nem mesmo o presidente da República foi poupado. O ódio que Lula vem destilando – me desculpem a provocação – não vem somente dos destilados e do vácuo de poder que o faz perder o equilíbrio emocional, mas porque sua privacidade se tornou pública em determinados escaninhos do serviço federal.

Lula ficou emotivo, chora por pouca coisa. Lamenta por ter que largar a teta, o aerolula, a bajulação, as mordomias palacianas e o palanque oficial. Quando, daqui a alguns dias, voltar para São Bernardo do Campo, Lula vai voltar a ser ele. E aí, minha gente, vai perceber que já foi e que agora não é mais nada. Não haverá por perto nem mesmo aqueles puxa-sacos, que se dobravam de tanto rir de suas piadas infames. Desses, o que mais lhe fará falta é o presidente da Petrobras, o mais risonho entre todos os bajuladores.

(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós doutor em Direito. Foi professor da UFSC e da UFMG.

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