Foto: Associated Press
No dia da eleição, enquanto a candidata de sorriso amarelo explicava porque não ganhou no primeiro turno, Michel Temer ao fundo, como uma esfinge indecifrável, preparava o bote
Postado por Toinho de Passira
Fontes: Sidney Resende, Portal Terra, Merval Pereira – Blog do Noblat
Entre as crises que a candidata Dilma tem que enfrentar uma das mais graves é a desconfiança do PMDB de como seria tratado numa eventual vitoria da petista.
Nos últimos dias da campanha que se considerava vitoriosa no primeiro turno, o partido do pretenso vice-Michel Temer foi completamente afastado do centro das decisões.
Antonio Palocci e José Cardozo, transformaram-se em muralhas inexpugnáveis, ao redor de Dilma, tratada com a pompa e a circunstancia de uma presidente eleita, longe da chatice dos pidões peemedebistas.
Também convencidos da vitória em primeiro turno, Michel Temer e o partido, mesmo a contra gosto, aceitaram a humilhação e o pouco discreto repúdio. Além do anticlímax de verem minguadas as suas pretensões de fatias de poder, Ministérios e presidências de estatais, além do acesso aos cofres públicos que esses cargos podem ofertar.
Mas os ventos verdes de Marina pôs a vitória de Dilma nas águas turbulentas do segundo turno e o PMDB com a sua natural falta de escrúpulos tirou todas as vantagens dessa nova situação.
O jogo do PMDB é de cartas marcadas: eles vão acabar se dando bem quem quer que seja o vencedor das eleições. Com confirmada grande bancada no Senado e na Câmara, será atraente para qualquer governo, tê-los como aliado.
No caso de vitória de Serra, mudaria só a liderança, Michel Temer sairia de cena e em seu lugar despontaria, por exemplo, Jarbas Vasconcelos, menos ávido e bem mais ético, mas em qualquer uma das hipóteses o partido unido correria na direção do poder, como os rios que acabam desaguando nos oceanos.
Claro que a campanha e a candidata renegociaram a situação, lotearam o governo e prometeram mundos e fundos ao PMDB, para tê-los como aliados durante a segunda fase da campanha.
O agrado foi tanto que Michel Temer engoliu, sem muitas dificuldades, a presença inesperada do indomável Ciro Gomes (PSB)nas hostes da campanha de Dilma.
Quando estava prestes a perder a chance de se candidatar a presidente pelo seu partido, o deputado Ciro, ao sair atirando, afirmou que o PMDB, é um "ajuntamento de assaltantes" e que o presidente do partido, deputado Michel Temer, candidato a vice na chapa de Dilma é o "chefe dessa turma de pouco escrúpulo".
Contornando a situação o presidente do PMDB, Michel Temer, o vice de Dilma, de olho nos ministérios, qualificou o pronunciamento de Ciro, chamando o partido de “ajuntamento de assaltantes” como uma posição critica, esquecendo até que foi também classificado como chefe da quadrilha. Disse ainda que Ciro está agora com uma posição mais conciliadora, embora o deputado do PSB cearense não tenha publicamente retirado uma só palavra do que afirmou há pouco mais de cinco meses.
Para se ver o sacrifício moral que homens como Michel Temer é capaz de fazer por uma fatia de poder e as possibilidades desenfreadas de acesso a corrupção.
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